Com apenas 24 anos, Luciellen Assis já vive a carreira dos sonhos de muitas meninas. De Feira de Santana, na Bahia, a youtuber e influencer usa seu espaço na internet para falar sobre moda, beleza e também cultura.
Para saber mais sobre esta youtuber cheia de estilo, veja a seguir a entrevista que ela concedeu à Rio Magazine.

O que te motivou a criar um canal no YouTube e trabalhar como influencer?
Comecei o canal por conta da minha transição capilar, a ideia era dividir o que fazia no meu cabelo durante esse processo, e o trabalho como criadora de conteúdo se fortaleceu aos poucos, porque fui tomando gosto por fazer isso.
Você, assim como muitas mulheres, abandonou os métodos de alisamento e assumiu o cabelo natural. Como foi passar pelo processo de transição capilar?
Eu tive meu cabelo alisado desde os 4/5 anos de idade com pente e ferro quente. Isso causou o alisamento do fio e consequentemente precisei passar pela transição para ter o cabelo natural novamente. Esse processo durou 3 meses e eu cortei o cabelo bem curtinho para tirar a parte lisa. Tudo está registrado no canal.
Foi a melhor decisão de minha vida! Tenho até saudade de estar com o cabelo curtinho, a sensação de liberdade é incrível!

Você já fez vários trabalhos para marcas falando sobre cuidados com os cabelos afro. Você recebe mensagens de meninas que se inspiram em você?
Recebo muito e acredito que essa é a melhor parte do trabalho. Conversar com pessoas que estão passando por algo que já passei e dar conselhos que eu gostaria de ter recebido é muito bom. Se não fosse esse carinho e confiança que recebo delas, o trabalho não faria sentido.
Tem alguma dica para as mulheres que se sentem inseguras em assumir os cabelos naturais?
O que eu posso dizer é que não conheço nenhuma mulher que ficou menos bonita com o cabelo natural. Faz parte da nossa genética, e a natureza é perfeita!
Sendo assim, é impossível que seu cabelo não combine com você, com seu estilo ou formato de rosto, porque ele é seu, do jeito que precisa ser.

Nos vídeos você também aborda a cultura negra. Por que você escolheu falar sobre esse assunto com os seus seguidores?
Eu percebo que a transição capilar abre as portas para um entendimento maior sobre a negritude e os motivos pelos quais alisamos nosso cabelo. Muita gente só se entende enquanto pessoa negra depois da transição, e isso aconteceu comigo também.
Desmistificar e tirar a ideia de demonização de simbologias da cultura negra em um país racista que, ao mesmo tempo, tem como maioria a população negra, é uma das formas de lutar contra o racismo.

Você é muito estilosa no Instagram! De onde tira inspiração para montar os looks?
Sendo sincera, não sei dizer (risos). Sempre gostei de ser diferentona, desde pequena. Amo sair de alguns padrões e depois que passei pela transição isso se tornou mais forte e passei a me expressar mais com as roupas que uso.
Para finalizar, você tem algum conselho para as meninas que querem trabalhar como youtubers ou influencers?
Acho que o mais importante é fazer o que gosta. Fale sobre o que você gosta e faça sem pressa ou pensando imediatamente em quanto vai ganhar, porque o retorno financeiro vem com o tempo e nem sempre é rápido.
Use o que você tem da melhor maneira e faça com muito amor e carinho. Esse é o princípio básico não só para esse trabalho, mas para qualquer coisa que a gente vá fazer na vida.